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Rega e fertilização da amendoeira anã

A rega e a fertilização adequadas são pilares fundamentais para garantir a saúde, o vigor e a floração exuberante da amendoeira anã. Embora esta seja uma planta notavelmente tolerante à seca uma vez estabelecida, a rega correta durante as suas fases iniciais de desenvolvimento é crucial. Após a plantação, a amendoeira anã necessita de uma rega consistente para ajudar o sistema radicular a estabelecer-se no novo solo. Durante o primeiro ano, é essencial manter o solo uniformemente húmido, mas sem encharcar, regando profundamente uma ou duas vezes por semana, dependendo das condições climáticas e do tipo de solo. A melhor forma de verificar a necessidade de água é sentir a humidade do solo a alguns centímetros de profundidade; se estiver seco ao toque, é hora de regar.

Uma vez que a amendoeira anã esteja bem estabelecida, geralmente após a primeira estação de crescimento, as suas necessidades de água diminuem significativamente. A planta desenvolve um sistema radicular profundo que a torna capaz de procurar humidade nas camadas mais baixas do solo, refletindo a sua adaptação a habitats de estepe. Nesta fase, a rega deve ser infrequente, mas profunda. É preferível regar abundantemente a cada poucas semanas durante os períodos de seca do que fornecer pequenas quantidades de água com mais frequência. Esta prática incentiva as raízes a crescerem mais fundo, tornando a planta ainda mais resistente à seca.

O excesso de rega é um dos erros mais comuns e prejudiciais no cuidado da amendoeira anã. Esta planta é extremamente suscetível ao apodrecimento das raízes se o solo permanecer constantemente encharcado. Por isso, é imperativo garantir que o solo tenha uma excelente drenagem. Em solos argilosos ou pesados, a frequência da rega deve ser reduzida, e a melhoria da estrutura do solo com matéria orgânica ou areia é altamente recomendada. Os sinais de excesso de água incluem o amarelecimento das folhas, a queda prematura das mesmas e a murcha geral da planta, que pode ser confundida com falta de água.

O momento da rega também é importante para a saúde da planta. É preferível regar no início da manhã, permitindo que a água seja absorvida pelo solo antes do calor do dia e que qualquer humidade nas folhas evapore rapidamente. Regar ao final do dia pode deixar a folhagem húmida durante a noite, criando um ambiente propício ao desenvolvimento de doenças fúngicas. A água deve ser aplicada diretamente na base da planta, na zona radicular, evitando molhar as folhas e as flores o máximo possível.

Necessidades de fertilização

A amendoeira anã não é uma planta particularmente exigente em termos de nutrientes e prospera em solos de fertilidade média. A sua capacidade de crescer em solos pobres é uma das suas características adaptativas. No entanto, uma fertilização ligeira e bem planeada pode potenciar o seu crescimento e a sua floração. A melhor altura para fertilizar é no início da primavera, assim que o novo crescimento começa a aparecer. Uma única aplicação anual é geralmente suficiente para fornecer os nutrientes necessários para toda a estação de crescimento.

Para a fertilização, é recomendável usar um fertilizante equilibrado de libertação lenta, como um 10-10-10, ou um fertilizante específico para arbustos floridos. É crucial evitar fertilizantes com um alto teor de azoto (o primeiro número na fórmula N-P-K), pois o excesso de azoto estimula um crescimento excessivo de folhagem em detrimento da produção de flores. Um fertilizante com um teor ligeiramente mais elevado de fósforo (P) e potássio (K) pode ser benéfico para incentivar uma floração mais abundante e fortalecer a saúde geral da planta.

A aplicação de matéria orgânica, como composto bem decomposto ou estrume envelhecido, é uma excelente alternativa ou complemento aos fertilizantes sintéticos. A matéria orgânica não só fornece uma libertação lenta e equilibrada de nutrientes, como também melhora a estrutura do solo, a sua capacidade de retenção de água e a atividade microbiana benéfica. Uma camada de composto aplicada à volta da base do arbusto na primavera atuará como um fertilizante natural e um melhorador do solo ao mesmo tempo.

É importante seguir sempre as instruções da embalagem do fertilizante para evitar a sobrefertilização, que pode queimar as raízes e prejudicar a planta. O fertilizante deve ser aplicado uniformemente na zona de gotejamento do arbusto (a área sob a extensão dos ramos), e não diretamente contra o tronco. Após a aplicação de fertilizantes granulados, o solo deve ser ligeiramente regado para ajudar a incorporar os nutrientes e a torná-los disponíveis para as raízes da planta.

A importância do pH do solo

O pH do solo, que mede a sua acidez ou alcalinidade, desempenha um papel significativo na capacidade da amendoeira anã de absorver nutrientes essenciais. Esta planta prefere um pH do solo neutro a ligeiramente alcalino, geralmente na faixa de 6.5 a 7.5. Nestas condições de pH, nutrientes vitais como o fósforo e o potássio estão mais disponíveis para serem absorvidos pelas raízes da planta. Em solos excessivamente ácidos, a disponibilidade destes nutrientes pode ser limitada, mesmo que estejam presentes no solo.

Se houver suspeita de que o solo é demasiado ácido, o que pode ser comum em áreas com muita chuva ou com presença de pinheiros, é aconselhável realizar um teste de pH do solo. Kits de teste simples estão disponíveis na maioria dos centros de jardinagem e podem fornecer uma leitura precisa. Se o teste confirmar que o solo é ácido (pH abaixo de 6.5), podem ser tomadas medidas para corrigir o pH e torná-lo mais adequado para a amendoeira anã.

Para aumentar o pH de um solo ácido e torná-lo mais alcalino, pode-se aplicar cal dolomítica ou calcário moído. Estes produtos devem ser incorporados no solo de acordo com as recomendações do teste de pH e as instruções do produto. A aplicação de cal é melhor feita no outono, para que tenha tempo de reagir com o solo durante o inverno. A cinza de madeira também pode ser usada para aumentar o pH, mas deve ser aplicada com moderação, pois é altamente alcalina e pode alterar o pH muito rapidamente.

Por outro lado, se o solo for excessivamente alcalino (pH acima de 7.5), pode ser necessário acidificá-lo, embora esta situação seja menos prejudicial para a amendoeira anã do que a acidez excessiva. A adição de matéria orgânica, como turfa ou composto de agulhas de pinheiro, pode ajudar a baixar gradualmente o pH ao longo do tempo. O enxofre elementar também pode ser usado para uma acidificação mais rápida e eficaz. Manter o pH do solo na faixa ideal é um passo proativo para garantir que a fertilização seja eficaz e que a planta permaneça saudável e vigorosa.

Sinais de deficiências nutricionais

Embora a amendoeira anã seja relativamente autossuficiente, por vezes pode exibir sinais de deficiências nutricionais se o solo for particularmente pobre ou se o pH estiver desequilibrado. Aprender a reconhecer estes sinais pode ajudar a corrigir o problema antes que afete seriamente a saúde da planta. Uma das deficiências mais comuns em plantas é a falta de azoto, que se manifesta pelo amarelecimento geral das folhas, começando pelas mais velhas, na parte inferior da planta. Um crescimento lento e atrofiado também pode ser um indicador de deficiência de azoto.

A deficiência de fósforo, embora menos comum, pode afetar a floração e o desenvolvimento das raízes. Os sintomas podem incluir uma coloração arroxeada nas folhas e uma redução significativa no número e tamanho das flores. Como o fósforo é crucial para a transferência de energia dentro da planta, a sua falta pode levar a um aspeto geral de falta de vigor. A aplicação de um fertilizante rico em fósforo, como a farinha de ossos, pode ajudar a corrigir este problema.

A falta de potássio, um nutriente vital para a resistência a doenças e a regulação da água, manifesta-se tipicamente pelo amarelecimento ou acastanhamento das margens das folhas mais velhas. A planta pode também parecer murcha, mesmo com rega adequada. O potássio é essencial para a saúde geral da planta, e a sua deficiência pode torná-la mais suscetível a stresses ambientais, pragas e doenças. Fertilizantes ricos em potássio ou a adição de cinza de madeira (com moderação) podem remediar esta carência.

Outras deficiências de micronutrientes, como ferro ou magnésio, podem ocorrer em solos muito alcalinos, onde estes elementos se tornam menos disponíveis para a planta. A clorose férrica, por exemplo, causa o amarelecimento das folhas mais jovens, enquanto as nervuras permanecem verdes. A deficiência de magnésio pode causar um padrão de amarelecimento semelhante, mas geralmente começa nas folhas mais velhas. A aplicação de quelatos de ferro ou sulfato de magnésio (sal de Epsom) pode corrigir estas deficiências específicas. No entanto, a primeira abordagem deve ser sempre verificar e corrigir o pH do solo.

Rega durante o inverno

A questão da rega da amendoeira anã durante o inverno depende muito do clima local. Em regiões onde o solo congela solidamente durante o inverno, a rega deve ser interrompida assim que as temperaturas caem consistentemente abaixo de zero. A planta entra em dormência total e as suas necessidades de água são mínimas. Tentar regar o solo congelado é ineficaz, pois a água não conseguirá infiltrar-se até às raízes. Nestes climas, o foco deve ser garantir que a planta entre no inverno bem hidratada.

No final do outono, antes das primeiras geadas fortes, é benéfico fazer uma rega profunda e abundante. Isto assegura que a planta e o solo circundante estejam bem hidratados antes do congelamento do solo, o que pode ajudar a proteger as raízes dos danos causados pelo frio e pelo vento seco do inverno. Uma camada de mulching aplicada no outono também pode ajudar a isolar o solo, a reter a humidade e a proteger o sistema radicular das flutuações extremas de temperatura.

Em climas mais amenos, onde o solo não congela ou congela apenas superficialmente por curtos períodos, a amendoeira anã pode necessitar de regas ocasionais durante o inverno. Embora a planta esteja dormente, a perda de água por transpiração através dos caules pode ocorrer, especialmente em dias ventosos ou soalheiros. Se houver períodos prolongados de seca durante o inverno, é aconselhável regar a planta a cada quatro a seis semanas.

A rega de inverno, quando necessária, deve ser feita durante um período de descongelação, quando as temperaturas estão acima de zero, e de preferência a meio do dia para permitir que a água se infiltre no solo antes que as temperaturas noturnas voltem a baixar. A rega deve ser suficiente para humedecer a zona radicular, mas não ao ponto de saturar o solo. A monitorização das condições de humidade do solo continua a ser a melhor forma de determinar se a rega de inverno é necessária.

📷  Le.Loup.GrisCC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons

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