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As necessidades de luz da susana-dos-olhos-negros

A luz solar é, sem dúvida, um dos fatores mais cruciais para o sucesso no cultivo da susana-dos-olhos-negros. Como uma planta originária de regiões tropicais de África, a Thunbergia alata evoluiu para prosperar sob a intensidade do sol, que alimenta o seu crescimento rápido e, mais importante, a sua capacidade de produzir uma abundância de flores vibrantes. Fornecer a quantidade e a qualidade de luz corretas não é apenas uma recomendação, é uma necessidade fundamental para que esta trepadeira revele todo o seu esplendor. Uma compreensão clara das suas necessidades de luz permitir-te-á escolher o local perfeito no teu jardim ou varanda, diagnosticar problemas relacionados com a iluminação e garantir que a tua planta não só sobrevive, mas floresce espetacularmente. Ignorar este requisito essencial resultará, invariavelmente, numa planta desapontante, com poucas flores e um crescimento débil.

A importância do pleno sol

A susana-dos-olhos-negros é uma verdadeira amante do sol. Para atingir o seu potencial máximo de floração, ela requer, no mínimo, seis a oito horas de luz solar direta por dia. Este requisito de “pleno sol” significa que o local ideal para a sua plantação é uma área que não seja sombreada por edifícios, árvores ou outras estruturas durante a maior parte do dia. Exposições viradas a sul ou a oeste são geralmente as melhores escolhas em muitos climas, pois proporcionam longos períodos de luz solar intensa, especialmente durante a tarde.

A luz solar direta é o motor da fotossíntese, o processo pelo qual as plantas convertem a luz em energia. Para uma planta de crescimento rápido e floração contínua como a Thunbergia alata, esta energia é vital. A intensidade da luz solar não só alimenta o crescimento da folhagem, mas também desencadeia os processos hormonais responsáveis pela formação dos botões florais. Sem luz suficiente, a planta pode até crescer em altura, num processo chamado estiolamento, mas os seus caules serão fracos e a produção de flores será escassa ou nula.

A cor vibrante das flores, seja amarela, laranja ou branca, também é intensificada pela exposição solar. Em condições de luz mais baixa, as flores podem parecer mais pálidas e menos impressionantes. Portanto, se o teu objetivo é ter uma cascata de flores coloridas a cobrir uma treliça ou a transbordar de um vaso suspenso, a prioridade número um deve ser encontrar o local mais ensolarado que tiveres disponível. A diferença no desempenho de uma planta em pleno sol em comparação com uma em sombra parcial é notável.

É importante observar o percurso do sol no teu espaço ao longo do dia antes de decidir onde plantar. A quantidade de sol que uma área recebe pode mudar com as estações. Um local que é ensolarado na primavera pode tornar-se mais sombreado no verão, à medida que o ângulo do sol muda e as árvores ao redor ganham a sua folhagem completa. Um planeamento cuidadoso garante que a tua susana-dos-olhos-negros receberá a luz de que necessita durante todo o seu período de crescimento ativo.

Sinais de luz insuficiente

A planta comunica claramente quando não está a receber luz solar suficiente. Um dos sinais mais óbvios é a falta de flores. Se a tua susana-dos-olhos-negros está a produzir muita folhagem verde e saudável, mas poucas ou nenhumas flores, a causa mais provável é a falta de luz direta. A planta está a usar a energia que consegue produzir para manter o seu crescimento vegetativo, mas não tem o excedente de energia necessário para investir na floração, que é um processo energeticamente dispendioso.

Outro sintoma característico é o estiolamento. Neste fenómeno, a planta cresce de forma anormalmente alta e delgada, com longos espaços entre os conjuntos de folhas nos caules (entrenós longos). Este é um mecanismo de sobrevivência: a planta está literalmente a esticar-se em busca de mais luz. Os caules estiolados são geralmente fracos e pálidos, e a folhagem pode ser menor do que o normal e de uma cor verde mais clara. Uma planta estiolada é mais suscetível a quebrar-se e a problemas com pragas.

O aspeto geral da planta também pode indicar falta de luz. Em vez de ser uma trepadeira densa e cheia, a planta parecerá esparsa e “pernalta”. A folhagem pode concentrar-se apenas nas extremidades dos caules que conseguem alcançar um pouco mais de luz, deixando a base da planta despida. Esta aparência desequilibrada e pouco atraente é um sinal claro de que as condições de iluminação não são as ideais.

Se observares algum destes sinais, a solução é simples: mover a planta para um local mais ensolarado. Se a planta estiver num vaso, a tarefa é fácil. Se estiver plantada no chão, talvez seja necessário considerar o seu transplante para uma área mais adequada do jardim. Ao fornecer mais luz, verás uma melhoria notável no seu hábito de crescimento e, mais importante, um aumento significativo na produção de flores.

Adaptação a climas muito quentes

Embora a susana-dos-olhos-negros adore o sol, em climas com verões particularmente quentes e intensos, como em algumas regiões mediterrânicas ou tropicais, o sol escaldante da tarde pode ser demasiado forte. Nestas condições extremas, a planta pode sofrer de stress térmico e queimaduras solares. Os sintomas de excesso de sol incluem folhas com aspeto queimado, desbotado ou com manchas esbranquiçadas, e uma murcha geral durante as horas mais quentes do dia, mesmo que o solo esteja húmido.

Nestas regiões específicas, um local que ofereça alguma proteção contra o sol mais forte da tarde pode ser benéfico. Um local ideal seria um que recebesse pleno sol durante a manhã e sombra parcial ou filtrada durante a tarde. Por exemplo, uma exposição virada a leste, que recebe várias horas de sol direto da manhã, mas é sombreada à tarde, pode ser perfeita. Isto permite que a planta obtenha a energia de que necessita sem o stress causado pelo calor excessivo.

A rega torna-se ainda mais crucial em climas muito quentes. O sol intenso aumenta a taxa de evaporação e transpiração, pelo que a planta precisará de ser regada com mais frequência para se manter hidratada. A aplicação de uma camada de mulch orgânico (como casca de pinheiro ou palha) à volta da base da planta também é muito útil. O mulch ajuda a isolar o solo, mantendo as raízes mais frescas e reduzindo a perda de água por evaporação.

É importante distinguir entre a necessidade de luz e a tolerância ao calor. A planta ainda precisa de muitas horas de luz brilhante; a questão é a intensidade direta durante os picos de calor. A luz da manhã é geralmente menos intensa do que a da tarde. Observa a tua planta; se ela parece consistentemente murcha e queimada durante a tarde, apesar de ter água suficiente, pode ser um sinal de que um pouco de sombra à tarde seria vantajoso.

📷  Forest & Kim StarrCC BY 3.0, via Wikimedia Commons

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